Coelho
Dia de sol. Estou suando. Mas que vontade de cagar.
Caminho em direção ao toalete e após mais um trabalho bem feito, percebo que acabou o papel higiênico.
Tudo bem. Me enrolo na toalha e vou até a cozinha.
Lá abro o armarinho e pego um pacote fechado da Personal.
Caminhando de volta ao banheiro, olhando para a embalagem, percebo que nela contém um coelhinho fofo e branquinho.
- Nossa. Que macio.
Volto para o meu quarto. De alguma maneira a imagem do coelho não sai mais da minha cabeça.
Após 5 minutos, respondo aos meus impulsos incontroláveis indo até o banheiro e rasgando a parte da embalagem que contém o coelho fofo e branquinho. Um tanto envergonhado, levo-o comigo de volta para o meu quarto.
Tranco a porta.
Sento e fico olhando para a imagem do coelho. Mas que coisa de maluco. Não consigo parar de olhar e pensar sobre o coelho. Por quê ? Por quê ? Ó Deus eu pergunto.
Tento relaxar e seguir com a vida.
Mas parece impossível. O coelho me acompanha para todos os lados. No trabalho, na rua, na aula de crochê.
Uma noite, sentado olhando para a imagem do coelhinho, chego à perturbadora porém aliviante conclusão.
Terei que limpar meu cu com um coelhinho branco e fofinho.
Descobri que minha fixação era saber como seria me limpar com uma dessas lindas criaturinhas de pêlo branco e macio.
Manhã de Domingo. Preparo minha bolsa de trekking de longas caminhadas na floresta e sigo para Teresópolis. Lá devo encontrar um coelhinho igual a esse. Pelo menos eu acho.
Entro na floresta e começo a minha busca. Depois de 2 horas finalmente encontro um coelho. Mas ele não é branquinho e fofinho, ele é meio cinza e preto. Não gostei. Médio.
Já quase desistindo. Fim de tarde. Chegando de volta ao meu carro, encontro um coelhinho branco, fofo e lindinho, igualzinho da embalagem. Perfeito.
Pego ele e coloco dentro da gaiola. Começo minha parte do trabalho.
Pronto.
Pego o coelhinho. Parece que ele sabe o que vai acontecer. Se debate e sacode as perninhas.
Que coisa difícil. Penso em deixar pra lá. Ah cara. Quer saber. Cheguei até aqui. Vou até o fim.
Agarro ele com mais força e o direciono ao meu orifício anal.
Quando aconteceu.
O coelhinho morde fortemente o meu cu.
Com tanta força. Que dor. Que dor. Olho para ele e vejo o meu sangue escorrendo por seu pêlo.
Tento arrancar ele berrando de dor.
- Mãe! Aaaa... Mãe! Ai! Ai! ... Aaaaaiiii!
Arranco ele e vejo um pedaço de carne em sua boca.
Largo e saio correndo. Sento no banco do carro. Pra quê. Que dor. Que dor. Desesperado. Ligo para o meu pai.
- Pai! Um coelho mordeu meu cu! Ai! Tá doendoooo...
- Calma! Onde você está ?
- Em Teresópolis!
- Vai pra um Pronto-Socorro. Estou indo praí.
Entro no carro e saio dirigindo sem encostar a bunda na cadeira. Que cena. Que dor. Vejo o banco cheio de sangue. Que desespero. Começo a sentir tonturas.
Meu celular toca. É o meu amigo que tem casa em Teresópolis. Meu pai deve ter ligado pra ele. Ele deve estar aqui pro fim de semana e pode me ajudar!
Atendo.
- Cara! Me ajuda!
- Peraí. Peraí. Um coelho mordeu o seu cu ?
- É! Tá doendo!
- Iaaaaaaahahaha.
Desligo. Mas que filho da puta ele.
Toca o celular de novo.
- Iaaaaa...
- Pára de rir muleque. É sério! Tá doendo!
- Tá. Tá. Peraí. Onde você tá ?
- Tô indo pro pronto-socorro.
- Tá bom.
Chego lá e o encontro com todos os amigos dele da cidade tirando fotos e sorrindo sem parar.
No dia seguinte saí no jornal da cidade. Todo mundo hoje sabe da minha história. Hoje eu sou "o cara do coelho".
Pensando bem, realmente é uma boa história de jornal. Saí até na página inicial do UOL. Minha irmã fez o Print Screen da tela. Mandou pra mim com cópia pra toda a família.
Aguentei durante 2 anos piadinhas sobre coelhos e cu.
E até hoje ainda dói fazer cocô.
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